VISITA Á SEPULTURA DE MEU IRMÃO



     A noite sempiterna,
     Que tu tão cedo viste,
     Cruel, acerba e triste,
Sequer da lua idade não te dera
Que lograsses a fresca primavera?

(Camões.)





Não vês n’essa collina solitaria
Aquella ermida, que sózinha alveja
O esguio campanario aos céos erguendo,
Como garça, que em meio das campinas
     Alça o collo de neve?
E junto a ella um tosco muro cinge
A pousada dos mortos nua e triste,
Onde, plantada em meio, a cruz se eleva,
A cruz, bussola santa e veneravel,
Que nas tormentas e vaivens da vida
O porto indica da celeste patria....