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Lá troa voz de trovão!
Que era o que dizia a voz?
Era a sentença do conde,
Sentença medonha e atroz.
–«Genio infernal, atrevido
Contra Deus, homens e feras!
Das creaturas os gemidos
Resoaram nas espheras.
Tuas maldades e insultos
Alto pedem punição,
Onde da vingança o facho
Ondeia erguido clarão.
Malvado, foge; que os monstros
Do inferno te vão seguir,
Para que sejas exemplo
Aos tyrannos do porvir!»–
Qual d'aurora boreal,
Flavo pallido fulgor
Tingiu então na floresta
Das folhas a verde côr.
Immovel, pasmado, mudo,
Gelado o conde ficou;
Trépida angustia dos ossos
Á medulla lhe chegou.