E eu onde estava, quando o Eterno os mundos,
Com dextra poderosa,
Fez, por lei immutavel, se librassem
Na mole ponderosa?
Onde existia então? No typo immenso
Das gerações futuras;
Na mente do meu Deus. Louvor a Elle
Na terra e nas alturas!
Oh, quanto é grande o Rei das tempestades,
Do raio, e do trovão!
Quão grande o Deus, que manda, em secco estio,
Da tarde a viração!
Por sua Providencia nunca, embalde,
Zumbiu minimo insecto;
Nem volveu o elephante, em campo esteril,
Os olhos inquieto.
Não deu Elle á avesinha o grão da espiga,
Que ao ceifador esquece;
Do norte ao urso o sol da primavera,
Que o reanima e aquece?
Não deu Elle á gazella amplos desertos,
Ao cervo a amena selva,
Ao flamingo os paúes, ao tigre o antro,
No prado ao touro a relva?