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A feiura sympathia,
Seja torta, velha ou tia;
Pois lá diz o velho adagio,
Dos tartufos apanagio,
—Que o dinheiro tudo encobre
E defeito é só ser pobre—.

Por seu lado, as taes matronas,
Apesar de velharronas,
Soccorridas do postiço,
Que, de alcaides é feitiço,
Fazem dar volta ao miolo
Do sagaz tartufo ou tolo.

Vê-se aqui cada magriça,
Com formato de linguiça,
Repimpada atroz perúa,
Roçagante pela rua,
Embrulhada em fino raz,
Preza ao braço de um rapaz,
Tam himpante, tam pimpona,
Que parece huma Amazona,
Ou singrante Náo de Aveiro
Rebocada por Saveiro!
Que rotunda matronaça,
Para quem parece escaça
Toda a terra Americana,
Desde o Prata até Goyana!

Sem postiço a magricela
Dá seus ares de gazela,
De raposa ou velha gata;
Mas, vestida, oh, que Fragata!
Tem postigos, portinholas,
Suspensorios, sugigolas,
Ferros, mastros, cordoalhas,
Encrespadas maravalhas,