Adora a Providencia em teu desgosto,
Não delires, Pastor, não desesperes,
Que és feliz em saber quem são Mulheres.

ELMANO.


Sim, meu amado, meu leal Francino,
Eu dou mil graças ao Poder Divino
Por me livrar do engano em que vivia,
Eu lutarei c'o a terna sympathia,
Que me fez adorar huma inconstante,
Aos falsos Crocodilos semelhante.
Embora logre Inálio os seus agrados
Fingidos, mentirosos, estudados.
O sórdido interesse he quem a inspira:
Se da Fortuna o meu Rival sentíra
A triste, perniciosa variedade,
Se a violencia de horrivel Tempestade
Lhe derribasse as férteis Oliveiras,
Se o fogo lhe engolisse as Sementeiras,
Se a Chêa lhe afogasse os nedios Gados,
Verias em desdens, e em desagrados
Mudar-se logo o amor, que finge a astuta,
Que de negra cubiça a voz escuta:
Tu a verias outra vez comigo
As chammas assoprar do affecto antigo,
Mendigando razões para applacar-me,
Para me convencer, para enganar-me.
Mas ah paixão! Teu ímpeto reprime,