– E Ana? está na cidade, mais o pai?
– Hen, hen, afirmou o cafuzo.
– Negro, você não vai daqui hoje. Ah! Patrãozinho, vosmecê vai ver o que é um diabo. Negro, ajunta a madeira ali atrás da arca...
– Está encordoada?
– Ó danado! Onde você viu viola de homem sem corda? e afinada. Ajunta.
– O codoense agachou-se, apanhou a viola do vaqueiro e logo correu os dedos ágeis pelas cordas.
– Passa pra luz, cafuzo.
– Lá vou.
Sentou-se no centro da sala, cruzou as pernas e, tombando a cabeça, gemeu a toada sertaneja.
– Anda com Deus.
– Lá vai; pigarreou e desferiu:
No coração de quem ama
Nasce uma flor que envenena"
– Eh! gritou o Firmo entusiasmado, concluindo a quadra:
"Morena, essa flor que mata
Chama-se paixão, morena."
– Pega, negro, não deixa o verso no chão!
De fora, contínuo e doce, vinha o coro longínquo das crianças em louvor de Jesus e, de vez em vez, reboava o mugido de um touro.
Quando o cafuzo descansou a viola, Firmo disse da rede com esforço, arrastando a voz fraca: