fadiga, a raspar a fronte, de quando em quando, com o polegar, para escorrer o suor que caía na terra em fio. Justamente defronte do ponto em que havia parado começava uma picada, e longe, perdida entre árvores, num fundo negro, uma luzinha brilhava. Já as vozes vinham perto, em algazarra; cães apareceram correndo, abocanhando-se, mas sentindo-o ali e desconhecendo-o, acuaram ladrando.

– Eh! cala a boca, porcaria! intimou o caboclo e os animais, reconhecendo-o, abanando a cauda, cercaram-no festejando-o. Estava ele a afagar a canzoada quando os vaqueiros apareceram na volta do caminho. O negro vociferava atirando murros no espaço, quando um do grupo descobriu Mandovi.

– Eh! home, que é isso? Ocê aqui?

Todos romperam a rir.

– Ahn! muié é o diabo!

– Óia só, bradou o negro mostrando a luzinha ao longe. E diche que ia pro Serrinho. Essa aqui se não é a picada do rancho do Casimiro eu não quero me chamar Simeão. Eh! cabra onça! Tá de guarda no toco. Coitada de nhá Nica!

Mandovi ia responder, mas para que o não tomassem por medroso, porque teria de justificar com a verdade a sua presença naquele ponto, levantou a cabeça e, ainda com a voz cansada, perguntou amuado:

– E isso é da conta de ocê, Simeão?

– Uai! a gente tá brincando, Mandovi; não precisa zangar mode