recentemente dredada, uma charrua arrastava-se ao passo tardo de dois touros.
Do céu quente, sob a radiação nevrótica do sol, caia uma paz cansada, e na vasta planície nua, toda de rastolho, ceifada de extremo a extremo, erguia-se apenas um casebre tosco, baixo, metido dentro de um cercado, à sombra quieta de ramalhoso mangueiral.
A par da estrada de um amarelo sujo e peco, orlada de espinhais mirrados, corria, murmuro e pesado, o rio sonolento, onde a figura solitária de uma lavadeira brandia panos, metida na água até os joelhos. No alto de um monte, fechado de mato intenso, ardia tremulamente, fumarando espirais cor de turquesa nova, um fogo de gravetos.
Ouvia-se o chiar prolongado de um grande carro de bois.
De repente uma voz fina partiu a cantar gemedoramente, e antes de morrer de todo, um coro tomou do eco e entoou o mesmo canto, em ritornelo grave. Dois homens, a cavalo, surgiram detrás da barranca: e em seguida as "madrinhas", duas vacas mansas, tinindo cincerros, a boiada depois, submissa e vagarosa, turbilhonando o pó vermelho da estrada; por fim um magote de campeiros, ferrão em punho, cantando dolentemente.
A tropa ganhou o campo. Reboaram gritos de: "Eh! Ahu! Eh! lou! cá, cá, cá, ehou!" e o gado solto tresmalhou na pastagem, começando, à luz intensa e abafada, o rouco mugir dos touros, um após outro, dois a um tempo e o galope dos bezerros, enquanto os guieiros, saltando dos lombilhos,