16
REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO

§ 20 — O K tem sempre o som de C duro, ainda deante do E, I, Y, equivalente ao som do CH italiano; usamo-lo escudado no exemplo de Candido de Figueiredo, que o usa no seu Novo Diccionario da Lingua Portugueza para indicar a pronúncia tanto de palavras vernaculas como exotica. Em via de regra, representamos com K a pronúncia dura de QU, que apresentava o inconveniente de deixar em duvida si devia pronunciar-se duro ou liquescente, fazendo-se, isto é ouvir ou não o som do U. O som liquescente de QU escrevemo-lo com C, U.

§ 21 — O M puro tem a pronúncia portugueza-brasileira e é muito raramente duplicado. Nos poucos casos em que isso se dá póde-se affirmar, sem susto de errar, que estamos em frente do grupo MB, em que desappareceu o B e ficou substituido por um segundo M, como, aliás, já foi dicto (§ 15).

O M forma um segundo grupo com MP, — Ex: Mpúca — quebrado; Ompáu — acaba. Na hypothese e nas modificações regionaes o que cae de preferencia — embora nem sempre — é o M, persistindo o P, pelo que temos Púca — quebrado; Opáu — acaba.

§ 22 — O som do N equivale ao som que tom em vernaculo. Ex.: Ocenoi — chama; Naná — ananás. Ouve-se: raramente duplicado, e quando tal acontecer pode-se affirmar que estamos deante de um antigo DN, de conformidade com o que já foi dicto (§ 16).

O N final torna sempre nasal a ultima vogal — Matin — casta de passaro, como a torna quando forma o grupo NG, o que tambem já foi dicto (§ 17). Na escripta, todavia, muitas vezes se encontra esta nasalização apenas indicada pelo til, e nós tambem usamos delle sempre que a nasalização não é muito pronunciada.

§ 23 — O P corresponde na pronuncia ao P portuguez-brasileiro — Pupúre — fervido; Pororóca — arrebentado. A'pé — lá.

Nunca se ouve duplicado, e quando forma o grupo MP por via de regra persiste depois da quéda do M.

Alguma vez se ouve pronunciar, e se acha escripto RP, mas é êrro devido á má pronúncia ou má audição. Entre o R e o P ha uma vogal muda, que quando menos é sempre substituída por uma aspiração. Ex.: A'rpe — sôbre, é A’rupe; Yuyrpe — em baixo, é Yuyrupe, e que talvez pudessem ser escriptos — Yuyr'pe, Ar'pe.

§ 24 — O R tem sempre a pronúncia do R portuguez brando, e nunca é duplicado. Ex. Rerecô — tens; Cururui — casta de pequeno sapo. O R da mesma forma, como acabamos