Ao fim de um longo dia, porém, tendo-se sentado junto de um casebre em ruínas, sentiu um ruído entre as árvores: - e um homem apareceu em farrapos, lívido, escaveirado, e logo se sumiu entre a espessura das árvores. Para o deixar livre de medo, Cristóvão ergueu-se e foi mais adiante, onde havia uma colina com rochas. Um grande roble crescia à boca de uma caverna. E ao ruído dos seus passos, uma cabeça de velha apareceu à boca da caverna, e logo se sumiu assustada. Cristóvão pensava com dor por que se esconderiam esses homens. Por que seria aquela terra povoada por gente que se escondia nos bosques, nas tocas dos bichos, debaixo das penedias?... Por quê? Uma grande piedade já o ia tomando. Se ouvia um rugir de ramagens afastadas, gritava: Paz! Paz! para tranqüilizar aqueles corações aterrados, mas logo as ramagens se fechavam e tudo ficava mudo.
Ia caminhando. Bebia nos regatos, comia a bolota das árvores e as ervas dos prados. Um dia avistou uma aldeia e casebres de colmo juntos em torno de uma igreja, cuja torre estava em obras. Um caminho seguia entre filas de plátanos. Ao penetrar nele, uma mulher que, agachada com uma criança, procurava ervas, fugiu tão tontamente que deixou a criança no chão. Cristóvão apanhou a criança, tão magrinha que se palpavam os seus pobres ossinhos,