bolas, dançando na corda, erguendo pesos, ou representando farsas, levantavam grandes ah!, ah! lentos e maravilhados. Quando saíam, sempre algum deles chamava Cristóvão com um gesto discreto – e fora da ponte levadiça, persuadiam-no a vir com eles, na vida livre e alegre, a percorrer castelos, visitar as feiras, entrar nas cidades, ganhar dinheiro para a velhice. Ele recusava, com um mover lento da cabeça. E eles seguiam voltando-se ainda para o ver, calculando os ganhos que teriam com a exibição daquele gigante.
Outras vezes era uma comitiva de fidalgos que chegava em visita. O pátio estava todo sonoro com o relinchar dos corcéis. Os pajens corriam azafamados. Nas janelas batiam-se as alcatifas: - e nas cozinhas, o mestre, mais afogueado e vermelho que um pimentão, preparava grandes empadões, de onde sairiam pombas vivas. Nesses dias o menino tinha orgulho em mostrar o seu gigante: e diante dos cavaleiros pasmados, Cristóvão corria em torno com o menino a cavalo no ombro. E o capelão dos hóspedes tomava sempre as medidas de Cristóvão, para relatar nas histórias.
Outras vezes, já por noite escura, ressoava às portas do castelo um trombeta de guerra. E um cavaleiro entrava, silencioso, coberto de ferro, seguido por seu escudeiro. Uma camareira corria com o gomil de água perfumada para lhe