matança, o frade caíra logo com o crânio aberto, a sua cruz apertada na mão. E os que fugiam eram perseguidos por toda a parte, até que, atirando-se para a lagoa, as grandes lanças por trás os faziam arremessar à água.
Agora, na vasta planície, só havia homens de armas. Os Jacques juncavam a terra em negras poças de sangue. Lentamente, trotando, os cavaleiros acabavam os feridos, que gritavam de sede. Outros, parados, tirando os morriões, limpavam as grossas gotas de suor. Os físicos amarravam os braços feridos. E os pajens passavam com grandes pichéis de vinho. O sol desaparecia, e toda a lagoa era como de ouro, por trás dos seus grandes canaviais negros. Uma revoada de patos passou no céu, já pálido. E ao toque de clarim os Senhores, ainda esparsos, vieram-se juntando, retomando a fila. Os feridos foram postos sobre as carretas. E, a passo, o troço dos cavaleiros retomou o caminho em torno à lagoa, onde o brilho de ouro se apagara, deixando-a agora negra e triste.
Na vasta planície, jazem os Jacques mortos. Findou a grande marcha, que levava aos castelos e abadias a visão estranha das grandes misérias da terra. Nenhum mais voltará às cabanas da aldeia, onde os filhos esperam até tarde na lareira apagada. Os Jacques estão mortos, a terra limpa dos seus andrajos.