Um mais novo logo se ofereceu. Cristóvão tomou-o sobre os seus largos ombros, em cada braço carregou um fardo, enquanto os outros ansiosos, rezavam à Virgem. Cristóvão passou – e do outro lado, o mercador radiante, fazia grandes gestos aos companheiros, gritava que o gigante era seguro. Então Cristóvão passou os homens, depois os fardos. E por fim agarrando as mulas, que zurravam espantadas, conduziu para o lado de lá toda a caravana, sem que um pêlo dos animais, ou uma corda dos fardos, ou um sapato dos homens se tivesse molhado. Tendo combinado baixo, os homens puseram-lhe na mão um punhado de dinheiro, deram-lhe um rolo de cordas, e deixaram-lhe pão para uma semana.
Logo nesta tarde Cristóvão, examinando aquele lugar agreste, recolheu troncos quebrados, ramarias secas, e calando a madeira na fenda das rochas, arranjou com a corda um longo, estreito telheiro, onde o seu corpo se abrigasse das chuvas e das neves. Depois, tendo desembaraçado dos pedregulhos o caminho, esperou, sentado na grande solidão, que aparecessem viandantes. Não tardaram a aparecer na outra margem um grupo de frades, que viajavam com o abade, montado numa mula. Apenas os viu, Cristóvão atravessou – enquanto os frades aterrados, lhe faziam acenos, para que se não arriscasse naquelas águas da