sorvido pela boca negra da caverna. Onofre, então, com imensa tristeza, reconheceu que o Demónio penetrara enfim na sua solidão. Aquelas recordações dos antigos dias, que julgara mandadas por Deus, para que ele agora, vivendo nas delícias da verdade, as contemplasse com o salutar horror com que o homem, um momento transviado, considera as nódoas de vinho na túnica que de si arrojou – eram trazidas pelo Demónio, que as embelezava, para que o que nele restava ainda de humano e carnal se prendesse à sua doçura.
E com efeito ele estremecera, suspirara... A sua alma, pois, que fechara toda dentro de Deus, não estava ainda bem segura!
Rojado nas lajes, com os braços lançados em torno da cruz, Onofre toda a longa noite implorou, ao Senhor, fortaleza.