que conduzia, como cameleiro, essas caravanas piedosas, adorara muitos deuses, porque servira muitos amos. Mas, desde essas primeiras jornadas à Tebaida, reconheceu, e compreendeu o Deus verdadeiro, através da bondade e da caridade, tão novas para ele, desses doces cristãos, pacientes e piedosos, que lhe ajudavam a arrear os dromedários, lhe tiravam dos pés os espinhos ou as lascas de conchas, partilhavam com ele das suas porções de lentilha e de azeite, e, sob a tenda, diante das fogueiras, ou pelas sestas, à beira dos poços, o chamavam, lhe abriam lugar, como a um semelhante e a um irmão. As águas inestimáveis do Baptismo tinham, enfim, banhado resgatadoramente o seu miserável corpo de escravo, mais lustroso que o ébano e todo coberto das cicatrizes do açoite e dos ferros.
O bom Amés, desde então, resplandecia de contentamento e paz. E fora esse pobre servo, resgatado na alma, que lhe contou desse Deus novo que nascera humildemente num curral, errava pelos caminhos da terra com os pés nus, e cercado de pobres, ensinava a Caridade, e a Bondade, e a Humildade, parava à porta dos casais a beijar as criancinhas, e quisera morrer, por amor dos escravos, numa cruz, como um escravo.
Era sempre de noite no cubículo em que ele dormia, sob o alpendre dos dromedários,