que o bom Amés, agachado numa esteira, com os olhos a reluzir como estrelas, lhe desenrolava esta história maravilhosa – a daquele grande Reino celeste, além das nuvens, para onde todos aqueles que amassem Jesus e cumprissem a sua doce lei, iriam, logo depois da morte, sem demora, começar uma vida incomparável, toda feita de delícias, entre vergéis de cristal e ouro.
E ele, a estas revelações de Amés, sentia na sua alma um rumor, um brilho de claridades, e a frescura de um ar mais puro, como se ela fosse uma casa muito tempo fechada e abafada, onde alguém, bruscamente, e uma a uma, abrisse as janelas à brisa e ao sol da manhã.
Que alvoroço, então, quando aparecia na taberna, conduzida pelo gordo Basílio, diácono da igreja de Afrodite, alguma pequena companhia de cristãos, que desembarcava e vinha apreçar dromedários! Até esse dia sempre se afastara deles, num vago susto, uma desconfiança que lhe ficara do tempo em que sua mãe lhe contava que os Cristãos «comiam criancinhas embrulhadas em farinha» e para lhe abafar os choros e as perrices, murmurava apontando para a porta: «Cala, filho, cala, senão vêm os Cristãos que te comem!»
Mas depois! Mal eles apareciam, corria, mais reverente que nenhum servo, para os aliviar das trouxas e das bagagens, e acarretava