alegremente a água para as abluções, e estendia tapetes sob os pés dos mais velhos, atento aos seus menores movimentos como a actos consideráveis de santidade. Quando seu pai, tomando as lâminas de chumbo, e o estilete, começava a somar as despesas, ele corava, tremendo da sua cupidez. À Porta das Areias, esperava longas horas, entre os publicanos, o regresso das caravanas. E se ao chegarem, algum dos peregrinos cristãos, poeirento e tisnado dos sóis, o reconhecia, lhe acenava logo, sorrindo do alto do seu dromedário – o seu coração batia de alegria e de orgulho.
Depois, nessas noites, no seu cubículo, não se fartava de escutar o bom Amés, contando as marchas e os repousos, e os mosteiros florindo no Deserto, e as novas façanhas dos grandes Solitários – Múcio, para que os seus discípulos se abrigassem, fazendo reverdecer uma acácia seca, ou Pacómio, para atravessar o Nilo, acenando a um crocodilo e montando sobre o seu dorso! O desejo de acompanhar também as caravanas, e testemunhar tão doces maravilhas, foi então, na sua alma, mais imperioso e ardente que uma longa sede num areal deserto. Mas essa sede, de que sofria, com quanta pressa e misericórdia lhe contentaria o Senhor?!
Dois monges da Síria, Germano e Cassiano, tinham então, depois de uma longa peregrinação pela Nítria e Deserto Líbico, chegado a Afroditopólis