disciplinas de corda, de couro e de ferro, porque a sua regra é austera. A buzina do velador, que observa as estrelas na torre da igreja, acorda de noite, de hora em hora, os monges para que eles rezem, de pé, nas suas cabanas, estreitas como esquifes, sem porta, apenas guarnecidas de uma grade baixa contra os escorpiões. De dia cada um permanece isolado na sua cabana, encruzado sobre um montão de folhas de papiro, que lhes serve de leito, a rezar sem repouso, a trabalhar sem repouso – tecendo esteiras, copiando evangelhos, cosendo odres, polindo ágatas. Ao declinar do Sol, o despenseiro vem colocar silenciosamente, a cada porta, um pão duro. Então, no ar mais fresco, passa o lento, longo suspiro daqueles penitentes, que enfim descansam. No curto crepúsculo, com os braços ociosos, eles contemplam, da abertura avara das celas, os altos montes que cercam o mosteiro, e o Céu que é o cuidado das suas almas. À noite, os chacais uivam nas quebradas. Na escuridão de cada cela há gemidos, e o silvar dos azorragues. Depois tudo emudece: – e dois monges dos mais velhos, sumidos nos seus capuzes, rondam através do mosteiro adormecido, com lâmpadas e grandes cruzes, para afugentar os Demónios, que sob formas horrendas ou formosas, àquela hora invadem o ermo. Oh! a regra é dura – mas como ela dá contentamento e paz infinita