olhos, a espreitar se algum, ou todos, não voltariam, pelo caminho estreito, apanhando os mantos por causa dos tojos ásperos.
O caminho permanecia ermo, e não havia nem estrelas nem Lua: e vazio e largo lhe parecia o deserto, em redor – e dentro do seu coração.
Mas uma noite, que ele assim espreitava do cimo das rochas, pensou ouvir de repente o tinir lento e triste dos guizos de um dromedário. E tochas fumarentas bailaram na sombra.
Alvoroçado, ele gritou, agitando os braços:
– Por aqui! Por aqui!
E imediatamente, com um rumor de armas em marcha surdiram em fila, do caminho estreito, soldados barbudos, com os escudos metidos em sacos; uma liteira emplumada, de panos de púrpura, que se balançava sobre os ombros de escravos; as insígnias de Roma; e dromedários com fardos e odres. Vozes bradavam entre o fagulhar das tochas:
– É aqui que vive o Santo Ermita?
O Solitário, espantado, balbuciou:
– Onofre, servo de Deus, aqui vive!
Então, de entre os panos franzidos da liteira, que estacara, um homem, togado de branco, e todo ele mais branco que um mármore, escorregou, pousou no chão os seus borzeguins de escarlate e ouro. Os contos das lanças ressoaram no chão, duas buzinas ásperas estrugiram, o