nem poder sobre as almas... Talvez, apenas, o governo dos mosteiros do Egipto. E, junto da púrpura de César, os povos prostrados pasmariam do seu surrão de pele cheio ainda dos espinhos do tojo! Que obra! Que obra! Todo ele crescia – e parecia ver as estrelas de mais perto, como se fossem já a sua coroa imortal.
– Chegai a liteira! – clamava o homem purpurado. – E vós saudai o Mestre de César, o possuidor da Verdade!
Todos os ferros das lanças retiniram, as insígnias de Roma ondearam no ar, os escravos estavam rojados no pó. E o homem então, junto das barbas do ermita, murmurou, na abundância da sua vitória:
– Em Roma verás multidões mais prostradas! Todas as igrejas da Ásia porão o teu nome nas Escrituras! E bem o mereces! Porque o Outro, em Galileia, só converteu pecadores – e tu, persuadindo César e com ele o mundo, és maior, és maior! Vem!
Maior que o Senhor! Então, foi na alma de Onofre como um clarão que alumia um precipício! Sacudiu com um grito a mão do homem que o escaldava. E no seu olhar, reconheceu o lume do Inferno. Na sua angústia só pôde suspirar: «Oh Jesus! Oh Jesus!» Subitamente, o grande manto de púrpura, mole e como vazio, abateu no chão e, ao longe, a liteira emplumada,