teriam mais alegria que nunca tiveram ricos senadores, abundantes em escravos e terras.
Mas aos gentílicos, oferecia a Verdade, de leve, e sem intransigência – porque o homem, por mais sedento, repele com cólera a água que mãos brutais e autoritárias lhe queiram introduzir por entre os lábios ressequidos. Não injuriava os deuses, nem os ritos. E o seu ensino era todo para o coração, contando a Vida do Senhor, e a sua humildade, e as suas visitas aos casais e aos lugares, e a sua morte, tão triste como a de um pobre escravo. Jesus só queria que os homens se amassem uns aos outros! Para ele tanto vale um oleiro como um procônsul, e no seu Reino não haverá nem escravos, nem tormentos. Para que ele se alegrasse, o rico devia partilhar com o pobre. Que era a vida, aqui, senão uma caminhada breve e trabalhosa que vai de rua a rua? Mas a vida além, no Céu, ao seu lado, era a verdadeira, e nela os que trabalharam repousarão, os que padeceram folgarão, e os que obedeceram mandarão. E se fordes bons – dizia – vós que de alvorada à noite trabalhais, tereis glória, e sereis imortais, e bebereis o vinho do Senhor: – e talvez o mesmo não suceda a César!
Assim ele ensinava nas ruas pobres, à hora em que os escravos despegam do trabalho, sentado a uma porta amiga, com crianças sobre