os joelhos. E quando Onofre, beijando os homens na face, ou na mão, humildemente, tomava o seu cajado e se afastava – sempre algum dos que escutavam, obreiro, escravo, ou mesmo homem livre e senhor de bens, o seguia, e lhe ia puxar, a uma esquina, pela ponta da túnica rota, e muito baixo perguntava: «Onofre, como se faz para pertencer a esse Deus, que é tão bom?» Mesmo um dia, Simeão, um avarento, correra atrás dele, apertando uma bolsa, e balbuciara, com a inquietação de uma alma tentada fortemente: «Onofre, quanto se paga, para se ser acolhido por esse teu Deus?» Onofre rira, com um sincero e grande riso. Mas Simeão, desde então, deu largas esmolas.
Esta santa popularidade, que o trazia por vezes seguido de gente, pelas ruas – suscitou, todavia, desconfiança entre os diáconos, zelosos da autoridade espiritual. E os judeus mais velhos da Assembleia viam com cólera que ele distribuíra as esmolas de Petronila fora dos bairros dos judeus, e mesmo entre obreiros pagãos. Então, na Assembleia, surdiram murmúrios – e Onofre foi acusado de receber esmolas das cortesãs, de aceitar óleos medicinais dos arúspices, de frequentar os pagãos e mesmo de tender para as doutrinas de Marcos, o Herético.
O bispo Alexandre chamou o velho à casa pobre em que vivia, e onde fabricava esteiras