Senhor! pelas tuas chagas, e por todas as minhas orações, dá-me a vida deste homem!
Os seus joelhos bateram o chão. E tremendo, tremendo todo, com os ralos cabelos eriçados de terror divino, Onofre arrebatou contra si o corpo inanimado, ergueu-o, e recuou!
Um brado ressoou de pavor e prodígio. O homem estava de pé, com um sangue novo na face, retesando fortemente os braços brancos, reverdecidos – e sãos! Milagre! milagre! Todas as mulheres se arremessaram para dentro do casebre, gritando, numa ânsia de palpar, sentir a pele refeita e quente daqueles braços de milagre. O soldado barbudo da Legião Germânica fugira, espavorido.
E Ozias, como tonto, com lágrimas que lhe corriam sobre o riso da face, abandonava os braços, repelia as mulheres, experimentava a força recuperada agarrando os filhos, considerava com espanto os músculos refeitos, balbuciava e gritava:
– Estou são! Estou são!
Com o grande rumor, já vizinhos abriam os loquetes das portas, erguiam ao alto lâmpadas de barro. E o clamor erguido pelos dois camaradas de Ozias, engrossava, rolava:
– Milagre! Prodígio! Foi Onofre! Vinde ver!...
Mas Onofre desaparecera! Como levado por um vento largo, sem sentir os passos trôpegos, atravessara