Onofre, escravo de escravos, só com estender o braço, recuava as correntes do Nilo, o grande rio que desce do Paraíso... Se ele era mais poderoso que César – deveria, pela manifestação desse poder transcendente, forçar César a reconhecer a Verdade!
Nem Paulo, nem Marcos, nem Barnabé, tinham suficientemente deslumbrado os gentílicos! Intimações, orações nos Forum, epístolas arguciosas – que importavam? Os pagãos tinham uru saber sólido, e retóricos mais facundos. Só pelo Milagre se poderia triunfalmente provar Jesus! Pois bem: ele, Onofre, iria a Roma! Se as ondas cruéis assaltassem a proa da sua galera, amansaria as ondas: – e espalharia os prodígios, ao comprido da estrada que o levasse à cidade! Nos átrios de César, ante aquela face que assusta e enche de sombra o mundo, ele diria com simplicidade: «Adora o Senhor!» E quebraria, como galhos secos, as espadas que se erguessem contra o seu peito! Com um sopro derrubaria os ídolos do bronze mais eterno! E se contra ele se erguessem, no Pretório, filósofos ou gramáticos – ele imediatamente lhes secaria as línguas impuras nas bocas impuras, ou os faria ladrar como cães contra a Lua. Roma tremeria toda sob os seus prodígios, como uma cabana ao vento. E quando César, vencido, rojando a púrpura no pó do seu átrio, lhe perguntasse: «Que queres?» – ele