floridas. Mas quanto mais viva e funda a dos pais, quando o ouviram ler, sem gaguejar, no grande livro de Frei Múnio, as batalhas de Alexandre, e de Roldão, par de França!
Tão orgulhoso andava o bom Senhor do saber do seu filho, que o quis mostrar aos santos padres beneditinos, seus vizinhos e aliados. Montado na sua mula branca, com Gil ao lado sobre o seu alazão, passaram a velha ponte romana, uma tarde, subiram a calçada nova, que por entre álamos levava à grossa porta chapeada de ferro, como a de uma cidadela. E logo no pátio, bem plantado de ciprestes, encontraram, entre dois fortes carros de bois, o D. Abade, dirigindo o carregamento de seis pipas de vinho branco, dos vinhedos do convento, que ia mandar de presente ao Papa.
Com grande contentamento, acariciando os lindos cabelos de D. Gil, o prelado muito sapiente conduziu os seus vizinhos para os lados do claustro, mandando a um leigo que trouxesse um açafate de fruta, e um pichel daquele vinho branco que era a glória da sua herdade. Mas, no claustro, como era sábado, toda a sábia comunidade, numa longa fila, só com a túnica, e sem capa, estava sendo barbeada: – e o D. Abade caminhou para a entrada da cerca, onde se sentou, entre os seus hóspedes, num banco de pedra, junto de uma fonte, que de entre rochas cantava num tanque de mármore.