– Assim seja, Pêro.
E todo o dia, por vales e outeiros daquela terra pouco habitada, a cavalgada trotou, sob o sol de Agosto.
Mas nem um almocreve, que conduzia, cantando, os seus machos, nem um bando de jograis que iam para a feira de Vouzela, nem duas moças que cavavam à beira de uma herdade solitária, lhes souberam dizer dos homens que procuravam. Pela tarde, quando o Sol descia, indo por um carreiro entre cerros, avistaram no alto a torre negra, as ameias de um paço acastelado. A levadiça estava erguida, e tudo parecia deserto, na tristeza do poente. D. Gil fez soar a sua buzina: – nenhuma atalaia apareceu entre as ameias. Mas, tendo costeado o cerro, e entrado num campo, que um valado cercava, dois homens correram, com chuços, gritando:
– Cá por aqui é honra! A que vindes?
Pêro, alçado nos estribos, gritou:
– De quem a torre?
– De Lanhoso, e não há cá ninguém.
A cavalgada seguiu – enquanto outros homens, besteiros e moços do monte, se acercavam também do silvado, gritando também, com tom de ofensa e de briga:
– Cá por aqui é honra!
D. Gil, cujos olhos faiscavam, colhera as rédeas, apertava a lança – mas já Pêro Malho