em Solena, nas tardes junto à ribeira, e naquela fraqueza dos seus braços, que a não podiam salvar. Mas, mesmo que a arrancasse de entre os homens brutais que a tinham levado, seria ela a mesma Solena, que embalava nos braços o anho branco? Não, Virgem Santa! A lama sujara a água clara. A pata do boi pisara a flor silvestre. Ai dele! Da Solena, que conhecera, nada restava, e era como se ela morresse, e o seu lindo corpo, que alvejava entre os rasgões do surrão, estivesse apodrecendo na vala escura. As lágrimas, ao pensar assim, caíam nas suas faces: – mas a violenta angústia cessara, como um temporal, e agora uma saudade se estabelecia na sua alma, calma e doce como o luar triste que se espalha pelos campos, depois que passou a tormenta.
De manhã, tendo os seus homens já montado, não quis recolher ao solar. Era como uma esperança de poder ainda talvez socorrer a mísera pastora, e uma vergonha de voltar a depor na sala de armas, entre a poeira, a sua lança que não servira.
Todo o dia ao acaso trilhou os caminhos. Ao passar pelas granjas, fazia ressoar a sua buzina. Se avistava algum cavaleiro, montado na mula de jornada, estacava, com a lança a prumo sobre o coxote; o cavaleiro passava tirando o gorro; e D. Gil retomava a marcha. Por vezes, enervado, impaciente, despedia numa