formam um todo de multicor beleza, os astros pequem-nos e grandes que sobre ela derramam o seu brilho fulgurante ou meigo. Do Homem, de quem o velho físico lhe explicara os ossos, ele bem depressa quis conhecer a alma, e as leis múltiplas e maravilhosas que a regem... Por que aspirava ele ao bem? Por que sentia uma resistência ao mal? De onde nascia o amor? Por que pensava, e em que parte íntima do homem brotava a fonte imperecível do pensar? Depois era ainda a curiosidade de saber o que o Homem, desde tão longas idades criado, tinha feito na terra, e as cidades que fundara, e as grandes guerras que travara, e as Leis que criara para se conservar manso e sociável... E, do Homem, a sua curiosidade ascendia ao Deus que o criara. Qual era a sua essência, onde habitava, que cuidado tinha ele pela humanidade que criara? – E assim, este moço gentil, a quem a barba mal nascera, aspirava a percorrer todas as ciências, a compreender todo o ser. Mas entre as velhas muralhas daquele solar, naquela quieta aldeia, adormecida sob o olivedo e a vinha, como poderia adquirir todo esse saber, que ocupa, para ser codificado e aclarado, monges de tantos mosteiros, escolares de tantas escolas! Todos os trinta e três livros, que formavam a rica livraria do convento Beneditino, lhe tinham sido emprestados, por supremo favor, e em todos, confusamente