olmo. Já não falava do seu filho aos outros servos da castelania, carvoeiros, serradores, companheiros da floresta. Se ao menos Cristóvão falasse, tivesse naquela estatura de homem, os modos de um homem... Iria com ele para o trabalho, não revelaria a sua idade – e seria como um companheiro moço e robusto que habitava no seu lar. Mas, assim, imenso, com uma vasta face, os ombros de atleta, ele passava horas, esgaravatando a terra, como uma criancinha, contemplando de rastos o caminhar das formigas, ou, quieto, chupando um dedo.
Já na aldeia, entre os servos do castelo. corria que o filho do lenhador era um monstro. Decerto fora algum feiticeiro, seu inimigo, que assim lhe lançara uma sorte temerosa. E alguns, mais afoitos, vieram rondar, espreitar em torno da cabana de Cristóvão, para ver o enfeitiçado. A pobre mãe, uma tarde, sentira grossas risadas, rente à sebe da horta; adivinhara estas curiosidades que vinham escarnecer a dor do seu lar. Tinha agora sempre fechada aquela porta da sua cabana, tão limpa, tão honesta, e por onde até aí ela deixara passar os olhares de todos, tão livremente como os raios do Sol. Quando alguma comadre da aldeia, alguma serva do castelo, a chamava de fora, ela antes de abrir, empurrava para fora, para o escuro das árvores, o seu pobre monstro, que lá ia movendo os pés tardos, com a baba ao canto do queixo. O seu