Certamente! (Uma pausa.) ERNESTO – Como passaram rápidos estes três meses! Pareceram-me um sonho! D. MARIANA – Sim? ERNESTO – Oh! tenho-os impressos na memória hora por hora, instante por instante. De manhã os sons prazenteiros do piano de Júlia acordavam-me no fim de um sono tranquilo. Daí a um instante uma xícara de excelente chocolate confortava-me o estômago, condição essencial para a poesia. D. MARIANA – Ah! Não sabia... ERNESTO – Pois fique sabendo, D. Mariana. Esses poetas que se alimentam de folhas de rosas, têm a imaginação pobre e raquítica. Pouco depois dava um passeio com Júlia pelo jardim, apanhávamos juntos flores para os vasos, eu escolhia a mais linda para os seus cabelos, e assim passávamos o tempo até a hora do almoço, em que meu tio ia para a cidade tratar dos seus negócios na Praça... Bela instituição esta da Praça do Comércio! Foi criada expressamente para que os pais e maridos deixassem as