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— 'Como assim o Alfageme?'

— 'Chamam-lhe o Alfageme ao mestre J. P.: pois então! Uns senhores de Lisboa que ahi estiveram em casa do Sr. D. poseram-lhe esse nome, que a gente bem sabe o que é; e ficou-lhe, que agora ja ninguem lhe chama senão o Alfageme. Mas quanto a mim, ou elle não é Alfageme, ou não o hade ser muito tempo. Não é aquelle, não. Eu bem me intendo.'

A conversação tornava-se interessante, especialmente para mim: quizemos profundar o caso.

— 'Muito me conta, Sr. patrão! Com que isto de ser Alfageme, parece-lhe que é coisa de?..

— 'Parece-me o que é, e o que hade parecer a todo o mundo. E alguma coisa sabemos, ca no Cartaxo, do que vai por elle. O verdadeiro Alfageme diz que era um espadeiro ou armeiro, cutileiro ou coisa que o valha, na Ribeira de Santarem; e que foi um homem capaz, e que tinha pelo povo, e que não queria saber de partidos, e que dizia elle: ’Rei que nos inforque, e papa