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Estado, sem autorização legal; salta por cima de todas as leis e regulamentos para prover nos cargos de seu Ministério os bonifrates que lhe caem em graça. Em falta de complicações diplomáticas, ele as arma, para mostrar o seu atilamento de Taylerand ou a sua astúcia Bismarkeana. É um autocrata, um quediva, porque isto é bem um futuro Egito... Ele estudou — é verdade — as nossas questões de limites, mas nunca falou no Joaquim Caetano, nem no velho Teixeira de Mello. Propositadamente esqueceu-os; e fez que as gazetas os esquecessem também... Quando o Imperador leu o L'Oyapock e l'Amazone, de Joaquim Caetano, disse que o livro valia um exército de seiscentos mil homens. Ganha Juca a questão do Amapá, recebe dotação, pensão, e os filhos também; entretanto, a filha de Joaquim Caetano vive miseravelmente... É isto! Este Rio Branco é egoísta, vaidoso e ingrato... O seu ideal de estadista não é fazer a vida fácil e cômoda a todos; é o aparato, a filigrana dourada, a solenidade cortesã das velhas monarquias europeias — é a figuração teatral, a imponência de um cerimonial chinês, é a observância das regras de precedência e outras vetustas tolices versalhezas. Não é bem com Luiz XIV que tem pontos de contato; ele imita D. João V,