vigiava, aguardando a parte que lhe iria tocar, provavelmente os ossos do bicho e talvez o couro.
Fabiano tomou a cuia, desceu a ladeira, encaminhou-se ao rio secco, achou no bebedouro dos animaes um pouco de lama. Cavou a areia com as unhas, esperou que a agua marejasse e, debruçando-se no chão, bebeu muito. Saciado, cahiu de papo para cima, olhando as estrellas, que vinham nascendo. Uma, duas, tres, quatro, havia muitas estrellas, havia mais de cinco estrellas no ceo. O poente cobria-se de cirrus — e uma alegria doida enchia o coração de Fabiano.
Pensou na familia, sentiu fome. Caminhando, movia-se como uma coisa, para bem dizer não se differençava muito da bolandeira de seu Thomaz. Agora, deitado, apertava a barriga e batia os dentes. Que fim teria levado a bolandeira de seu Thomaz?
Olhou o ceo de novo. Os cirrus accumulavam-se, a lua surgiu, grande e branca. Certamente ia chover.
Seu Thomaz fugira tambem, com a secca, a bolandeira estava parada. E elle, Fabiano, era como a bolandeira. Não sabia porque, mas era.