— Era de menos.

— Queria então que fosse eu próprio a Buenos Aires? perguntou Jorge sorrindo.

— Queria, se ao chegar lhe dissesse: — Pense em outra coisa; Iaiá não o ama.

— Para isso, basta que lhe não diga nada.

— Não o ama, repetiu a moça; não o ama, não o ama.

— Desta vez é sério e definitivo?

— Que admira? replicou a moça com gravidade. Não parece a coisa mais natural do mundo que uma moça não ame o Procópio Dias? Não sei o que são os outros homens; poucos tenho visto; nossa vida é tão retirada! Mas, enfim, não me parece que o Procópio Dias seja homem de se ficar morrendo por ele. E contudo ele morre por mim. Meu coração perdoa-lhe; é o mais que pode fazer. Aceitá-lo seria impossível. Já reparou nos olhos dele? Têm às vezes uma expressão esquisita, que não vejo nos olhos de papai nem nos seus. Não gosto dele; não poderia gostar nunca.

Desta vez foi Jorge que lhe apertou a mão.

— Tem razão, disse ele; se o não ama deveras está tudo acabado. Não lhe digo que ele fosse um noivo perfeito: não podia ser; mas aceitável era. Hoje percebo que entre a senhora e ele há