Artigo/ensaio
Passamos agora a tecer leves considerações sobre trabalhos intelectuais menores, mas que ocupam o dia a dia dos docentes universitários e de todos os que lidam com a produção científica. O sentido que nos interessa, entre os diferentes paradigmas do lexema artigo, é de um escrito a ser publicado num periódico, seja ele uma revista, um jornal, um anuário, etc. Como o próprio nome sugere, o artigo é uma pequena parcela de um saber maior, cuja finalidade, de modo geral, é tornar pública parte de um trabalho de pesquisa que se está realizando. O artigo pode destinar-se a uma revista ‘miscelânea’, que aceita qualquer tipo de assunto, ou especializada em determinada área de conhecimento ou temática que, para cada número, escolhe um assunto a ser desenvolvido por seus colaboradores. Neste último caso, o artigo é feito sob encomenda, pois é a direção da revista que vai solicitar, com certa antecedência, a participação dos especialistas no tema que será o objeto da edição do número subsequente. Acerca da elaboração de um artigo, não podemos dar sugestões, pois cada revista tem seu corpo editorial que estabelece as próprias normas de editoração, determinando o número de laudas e a tipologia de citação bibliográfica.
Já o ensaio, do francês essai, embora possa ser menor do que o artigo, é um estudo concludente, que não remete a trabalhos anteriores ou futuros, redigido numa linguagem de alto nível, com exposição lógica e rigor de argumentação. Mas, se o ensaio é fechado quanto à sua estrutura, ele é muito mais aberto quanto ao sentido. O autor tem a plena liberdade de defender determinado ponto de vista, sem a obrigação de provar o que afirma por meio de uma documentação ou de aparato bibliográfico. Portanto, não fica bem que o autor de um ensaio seja um crítico principiante, pois tal tipo de trabalho intelectual convém apenas a um profissional de renomeada sabedoria, ancorado numa longa experiência de estudo e de reflexão sobre a matéria específica e sobre a vida em geral.