PAZ (em oposição à guerra) → Marte
Somente uma mente genial poderia ter feita a afirmação acima! Efetivamente, para um ser racional que pense com sua própria cabeça, a guerra é uma estupidez injustificável. Deixar-se guiar pela lei da selva, o mais forte devorando o mais fraco, deveria ser prerrogativa do ser animal e não humano. É verdade que um filósofo grego afirmara "a guerra é a mãe e a rainha de todoas as coisas" , a que fez eco a expressão latina mors tua, vita mea ("a tua morte é a minha vida"), considerando o fato de que, se algo não morresse, ninguém poderia sobreviver. Vegetarianos e ecologistas poderão protestar à vontade, mas, se o homem não sufocar a semente na terra, matar o gado ou cortar o alface, não haverá possibilidade de vida no nosso planeta. Conforme ensinou Darwin, o preço da evolução é a seleção natural e esta implica na destruição de espécies inferiores. Mas a única espécie natural que mata seu semelhante é o homem, e isso se dá não por necessidade de sobrevivência, mas por racismo, ódio, vingança, egoísmo.
Na Grécia antiga, a paz era uma figura mitológica, filha de Júpiter e de Têmis, a personificação da Justiça e da Lei eterna. Pois, como a história ensina, não pode haver paz sem justiça! A deusa era configurada como uma bela mulher com ramos de oliveira na testa, tendo no colo espigas de trigo ou o pequeno Pluto, o deus da riqueza. No mundo latino, chamou-se de Pax Romana o estado de não beligerância, no começo do Império dos Césares. E, realmente, segundo alguns teóricos, a Paz não seria um bem absoluto, mas apenas relativo à ausência da Guerra, como a felicidade está na ausência da dor. Já na cultura oriental a paz é um bem positivo, imaginado como um centro espiritual, situado perpendicularmente à Ursa Maior. Para Buda, a Grande Paz é o "Nirvana", a ausência total do sofrimento. Na liturgia cristã, a paz absoluta se consegue com a morte na graça de Deus: requiescat in pace!
Pierre Weil, psicólogo e reitor da Universidade Holística Internacional (UNIPAZ), com sede em Brasília, sustenta que a paz é atingível, pois é um estado de espírito que parte do indivíduo para atingir a coletividade. O "pacifismo" é a doutrina dos que lutam contra qualquer tipo de violência, acreditando na possibilidade do desarmamento mundial e da paz universal. Mahatma Gandhi foi chamado "O Santo do Século" pela sua pregação pacifista, assassinado em 1948 por um extremista hindu, após conduzir a Índia à independência do domínio britânico. Infelizmente, no mundo inteiro, os períodos de paz são muito mais curtos que o tempo das guerras. Como disse Lênin, "A paz é uma trégua para a guerra".