VÊNUS (Afrodite grega, deusa do Amor) → Eros

Segundo a tradição mais antiga, Afrodite nasceu da espuma do mar formada pelo sêmen do deus Céu (Urano), quando seu filho Saturno (Cronos) lhe cortou os testículos. Deusa da beleza e do amor, por ter desprezado o desejo de Júpiter, foi obrigada a desposar Vulcano, o mais feio dos deuses, disforme e coxo. Mas ela não lhe foi fiel. Entre os inúmeros amores adulterinos atribuídos a Vênus, assinalamos as relações:

1) com Marte, com quem teve quatro filhos, o mais famoso sendo Cupido (→ Eros), deus do amor que, com suas flechas envenenadas, golpeava irresistivelmente os corações dos deuses e dos homens. A longa aventura amorosa de Vênus com Marte tornou-se notória no Olimpo pela vingança do marido: o deus Sol (Hélios = "a luz") revelou a Vulcano a traição da esposa e o deus se desforrou amarrando os dois adúlteros na cama, quando dormiam depois do amor, com uma rede de ouro invisível e inquebrável; a seguir, convocou todas as divindades celestes para presenciarem o flagrante de adultério de sua esposa;
2) com Adônis, jovem de uma beleza excepcional, cujo amor Vênus disputou com Prosérpina. Adônis foi ferido numa caçada, pela intervenção do ciumento Marte, e Vênus recolheu gotas de sangue do agonizante jovem, das quais nasceu a anêmona, primeira flor da primavera;
3) com Baco (Dionísio), de quem nasceu Priapo, deus com um falo descomunal, símbolo da fecundidade, protetor dos jardins e dos pomares e afugentador do mau-olhado;
4) com Mercúrio: do conúbio de Hermes e Afrodite nasceu o Hermafrodito (Andrógino), que se uniu à ninfa Salamácida, formando um único ser, de natureza dupla, masculina e feminina;
5) com Anquises, herói troiano, com quem teve Enéias, o protagonista da epopéia romana → Eneida. Por ser mãe de Enéias e por ter sido julgada "a mais bonita" por outro troiano, Páris, Vênus, a deusa do amor, será a eterna protetora dos troianos e de seus descendentes: romanos, portugueses, latinos, em geral (o "latin love" tem origens remotas!). Afrodite, junto com seu filho Cupido, personifica a força do instinto sexual, que não conhece barreiras sociais ou morais.