METASTASIO (poeta italiano) → Arcadismo
Pietro Antonio Domenico Bonaventura Trapassi, seguindo o conselho de seu mestre Gravina, adotou um nome grego, passando a chamar-se simplesmente Metastasio (1698–1782). Além de ser o maior poeta do Setecentos italiano, sua figura é importante no panorama da lírica internacional pelas repercussões da sua escola poética. Escreveu vários melodramas (Dido abandonada, Olimpíada, entre outros), que serviram de libreto para os compositores de Ópera da sua época e do período romântico, duas cançonetas (A liberdade e A partida) e ensaios sobre a arte dramática. A liricidade da poesia metastasiana reside no fato de que seus dramas melódicos são de superfície trágica, mas de fundo extremamente sentimental. Seus personagens, especialmente as figuras femininas, retratam um mundo de pequenas verdades psicológicas, principalmente no tocante ao amor, ao ciúme, à vaidade, à ingratidão. A beleza da poesia de Metastasio reside, mormente, no fato de que soube expressar pensamentos límpidos em versos de extrema musicalidade. Seu defeito (e essa crítica é feita ao Arcadismo, em geral) é o convencionalismo. Para combaterem os excessos e as excentricidades do estilo barroco, os árcades inventaram um tipo de natureza serena e idílica, profundamente eufórica, que não existe na realidade, mas apenas na imaginação de escritores que nunca tiveram um contato direto com o campo, retomando figuras estereotipadas da mitologia e da literatura greco-romana, apresentadas como arquétipos de vícios e de virtudes humanas. De Metastasio, eis algumas expressões que nos dão uma idéia da sua poesia límpida e didascálica:
A admiração é filha da ignorância e mãe da ciência...
Explica-se bastante quem cora e cala...
Mudam os sábios / Conforme os casos / Suas idéias.