PETRARCA (lírico italiano: "petrarquismo", "estilnovismo") → Trovadorismo

A vida foge e não se detém uma hora
Não é um favor dizer que Francesco Petrarca (1304–1374) é o pai da lírica nas línguas românicas. Ele, elevando ao máximo da expressividade a moda poética, começada pelo trovadorismo provençal e continuada pelo "dolce stil nuovo" florentino, chegou a criar um novo modo de fazer poesia, que se denominou "petrarquismo" e influenciou fortemente os grandes escritores do Renascimento europeu. Ainda hoje, junto com Homero, Catulo, Virgílio, Horácio, Dante, é considerado um mestre de poesia. Filho de um exilado de Florença, viajou por várias cidades da Itália e da França, fazendo pesquisas em monastérios e nos palácios de gente erudita, em busca de textos clássicos latinos. Por isso é considerado a maior expressão do Humanismo italiano. Foi coroado "Poeta" no monte Capitólio, em Roma, na Páscoa de 1341. Quando tinha 23 anos, em Avignon, conheceu uma moça linda, Laura de Novais, que passou a ser sua musa inspiradora para o resto da vida, sentindo para ela o mesmo amor platônico, como foi o de Dante para a amada Beatriz. Sua obra mais importante é a publicação póstuma (1470): Il Canzoniere, que contém as duas coletâneas de poemas "As Rimas" e "Os Triunfos". A beleza da sua poesia reside na expressão artística da antítese entre as aspirações ascéticas, próprias da mundividência do Medievalismo e as seduções do mundo carnal do pré-renascimento.