pella boca, e outra teem no coraçom. Cfr. Sallustio: aliud clausum in pectore, aliud in lingua promptum[1].
Fab. x. — L. 15) d’elles aueremos maaos mereçimentos, i. é, «d’elles mereceremos mal» = d’elles receberemos mal.
Fab. xi. — L. 8) fremoso demte. Alem da sua grandeza, o dente de porco é célebre como amuleto, já desde a antiguidade. Á expressão nom quero luxar o meu fremoso demte na tua vil persoa corresponde outra analoga em xxix, 14.
Fab. xii. — L. 3) moraua. O sujeito é outro rrato. — L. 28) E as palavras dictas. Nos participios absolutos d’este typo, umas vezes o sujeito está antes do predicado, como aqui, outras depois, como na fab. xxv, 12. — L. 30) milhor he a proveza que a rriqueza. Ideia christã, que tambem se encontra em Villon, poeta francês do sec. XV: Bienheureux est qui rien n’y a[2]. — L. 31) seja. Vid. Syntaxe.
Fab. xiii. — L. 5) rogaua = rogava-a — L. 13) e que lhe queria dar sseus filhos. Depende de braadar.
Fab. xiv. — L. 11) freo. É ainda hoje expressão corrente não ter freio na lingoa, pois suppõe muita gente que o freio ou trave da lingoa impede a falla. Cfr. Chervien, Trad. pop. relatives à la parole, Paris s. d.
Fab. xv. — L. 5 e 11) Branco e nobre concordam com coruo; em uelhaco, e astrosa aue, velhaco é substantivo (senão seria velhaca, a concordar com ave). — L. 17-18) Não conheço na tradição precisamente este proverbio, mas conheço outros analogos: Boca de mel || coração de fel[3]; Mel nos beiços, fel no coração[4]. O proprio autor do Fabulario exprime conceito analogo em ix, 20-22.