Nós nos propomos a fornecer um sumário das doutrinas dos filósofos naturais[2], e quem eram eles, e também sobre os filósofos morais e quem foram eles; e, em terceiro lugar, as doutrinas da lógica, e quem foram os lógicos.

Entre os filósofos naturais podem ser enumerados Tales, Pitágoras, Empédocles, Heráclito, Anaximandro, Anaxímenes, Anaxágoras, Arquelau, Parmênides, Lêucipo, Demócrito, Xenófanes, Ecfanto e Hipo.

Entre os filósofos morais estão Sócrates, discípulo de Arquelau, o físico, e Platão, discípulo de Sócrates. Eles combinam três sistemas de filosofia.

Entre os lógicos está Aristóteles, discípulo de Platão. Ele sistematizou a arte da dialética. Entre os estóicos (lógicos) estão Crísipo (e) Zenão. Epicuro, entretanto, avançou em uma opinião quase contrária a de todos os filósofos. Pirro foi um acadêmico[3]; este ensinou a incompreensibilidade de tudo. Os brâmanes entre os indianos, os druidas entre os celtas e Hesíodo (dedicaram-se à filosofia).

  1. Os quatros manuscritos do primeiro livro que existiam antes da descoberta de sete dos nove livros restantes, concordam ao se atribuir a autoria a Orígenes. As inscrições dizem assim: 1. Refutação por Orígenes de todas as heresias; 2. A Philosophumena de Orígenes… este é o conteúdo; 3. São (dissertações) estimáveis de Orígenes, homem de grande sabedoria. Os manuscritos recém-descobertos tem nas suas margens as seguintes palavras, Orígenes e suas opiniões. O título, como consentido pelos comentadores modernos, é: 1. Livro I, da Refutação de todas as heresias de Orígenes (Wolf e Gronovius); 2. Uma refutação de todas as heresias; 3. Philosophumena de Orígenes, ou a refutação de todas as heresias. O último é de Stiller, em sua edição de Oxford, 1851. O título (original) pode ter sido Philosophumena e a refutação (daí) de todas as heresias. Havia obviamente duas divisões do trabalho: (1) Um resumo das doutrinas dos filósofos (livros I, II, III e IV), preparatórios para (2) a refutação das heresias, de acordo com seu caráter derivado da especulação grega e egípcia. Bunsen denominaria o trabalho Refutação de todas as heresias de S. Hipólito (bispo e mártir): o que resta dos dez livros.
  2. Muito do que se segue no Livro I é uma compilação de fontes antigas. O excelente resumo seguido por Cícero em De Natura Deorum, sobre as doutrinas dos filósofos antigos, é achado em Metafísica, de Aristóteles. O leitor inglês pode encontrar referências em Metafísica, livro I, pp. 13-46 (Bohn's Classical Library), também à análise do tradutor a esse trabalho, pp. 17-25. Ver também Vida dos filósofos, de Diógenes Laércio, e o Manual of Philosophy, de Tenneman (traduzido em Bohn's Classical Library); De Placitis Philosophorum, de Plutarco; Biographical History of (Ancient) Philosophy, de Lewis; e History of (Ancient) Metaphysical and Moral Philosophy do rev. dr. F. D. Maurice. O mesmo tópico é discutido em History of Philosophy, de Ritter (traduzido por Morrison).
  3. A palavra tem várias formas de escrever: Acadêmico, Academiando, Academe, Cademiano e Cadmiano. As duas últimas parecem indicar mais o caráter do que a filosofia de Pirro. Para favorecer essa visão, o texto deve ser alterado em kai adhmoj, i.e., apodhmoj, do lar, não doméstico.